sábado, 24 de junho de 2023

Historias Curtas de Terror #2

             Era uma noite escura e chuvosa quando Daniel, um homem de coração partido, decidiu dar um passeio solitário para clarear a mente. Ele havia descoberto recentemente que sua amada, Isabella, havia o traído com seu melhor amigo, Rafael. A dor da traição era insuportável, e Daniel sentia uma mistura avassaladora de tristeza, raiva e desejo de vingança.
            Enquanto caminhava pelas ruas silenciosas, Daniel avistou um beco sombrio e decidiu adentrá-lo. Nesse momento, uma figura misteriosa emergiu das sombras e atacou Daniel, deixando-o inconsciente. Quando Daniel recobrou a consciência, percebeu que estava imobilizado e completamente escuro. Aterrorizado, ele percebeu que estava dentro de um caixão, enterrado vivo.
            O ar rarefeito e o espaço confinado rapidamente começaram a perturbar Daniel. Seu coração acelerou, enquanto a escuridão opressiva o envolvia. A medida que o tempo passava, ele lutava para controlar sua respiração, cada inspiração se tornando mais difícil que a anterior. A ansiedade e o pânico cresciam dentro dele enquanto seus batimentos cardíacos ecoavam em seus ouvidos.
            À medida que Daniel lutava pela sobrevivência dentro do caixão escuro, o ar rarefeito se tornava cada vez mais escasso. Cada respiração tornava-se uma batalha desesperada por oxigênio, enquanto ele sentia o pânico crescer em seu peito. Sua mente oscilava entre a consciência aguçada e a confusão, à medida que a falta de ar afetava seu raciocínio. A escuridão ao seu redor era opressiva, sem qualquer vislumbre de luz. Ele estendia as mãos, desesperado para encontrar uma saída, mas encontrava apenas as duras paredes de madeira do caixão. Os minutos se arrastavam como horas, e a consciência de sua situação angustiante o dominava. A sede era insuportável. Daniel sentia sua boca seca como areia, seus lábios rachados implorando por um único gole de água. Cada engolida era um desafio, e ele ansiava pela sensação revigorante da água em sua língua. A desidratação progressiva o enfraquecia ainda mais, aumentando seu sofrimento físico. A escuridão e o silêncio eram seus únicos companheiros. A solidão sufocante levava Daniel a momentos de introspecção e remorso. Ele revivia memórias felizes de seu relacionamento com Isabella, lembrando-se dos momentos compartilhados e da ingenuidade de sua confiança. A traição e a dor da traição eram constantes, como uma faca afiada em seu coração já quebrado.
            Conforme os dias se arrastavam, sua força diminuía gradualmente. Seus movimentos dentro do caixão se tornavam mais fracos, sua voz se enfraquecia a cada grito desesperado por ajuda. A exaustão o envolvia como um manto pesado, e sua mente, embaçada pela fadiga e falta de nutrição, lutava para se manter lúcida.
            No final, quando o colapso do solo ocorreu, Daniel estava à beira da morte. Seus músculos enfraquecidos não conseguiram resistir ao peso da terra caindo sobre ele. Ele sentiu o impacto esmagador, o sufocamento e a agonia da sua vida se esvaindo.

Comentários
0 Comentários